quinta-feira, 30 de outubro de 2014

O Dia do Saci e sua mitologia

O dia do Saci consta de um projeto de lei federal n° 2.762 de 2003( pelo projeto de lei federal de n° 2.479 de 2003),elaborado pelo deputado federal Chico Alencar (PSOL-RJ) e pela vereadora de São José dos Campos Ângela Guadagnin (PT-SP) com o objetivo de resgatar  figuras do folclore brasileiro, em contraposição ao "Dias das Bruxas" ou Halloween, de tradição da cultura norte americana oriunda dos celtas. Esse projeto propôs que seja celebrado em 31 de Outubro.
O Estado de São Paulo como outros dez municípios paulistas como São José do Rio Preto,Guaratinguetá e Embu das Artes aderiram a data, além de outros municípios de outros Estados brasileiros como Vitória (Espírito Santo);Poços de Caldas e Uberaba (MG); Fortaleza e Independência (Ceará).

O Saci

Também conhecido como saci-pererê,saci-cererê,matimpererê,matita perê, saci-saçurá e saci-trique ( termos oriundos do tupi). Tem sua origem presumida entre os indígenas da Região das Missões, no Sul do país de onde teria se espalhado por todo o território nacional.
A figura do Saci surge como um ser maléfico, somente brincalhão ou como ser gracioso conforme as versões comuns ao sul. Na região norte, a mitologia africana o transformou em um negrinho que perdeu um perna lutando capoeira, imagem que prevalece nos dias de hoje. Herdou também da cultura africana o pito ( uma espécie de cachimbo), e da mitologia europeia herdou o píleo (um gorrinho vermelho usado pelo lendário trasgo. Trasgo é um ser encantado do folclore do norte de Portugal, especialmente da região de Trás-os-Montes. Rebeldes e pequeninos os trasgos usam gorros vermelhos e possuem poderes sobrenaturais.
 Ele é um jovem negro de uma perna só,portador de uma carapuça sobre a cabeça que lhe concede poderes mágicos. Na mitologia romana,registrava Petrônio,no Satiricon,que o píleo conferia poderes ao íncubo e recompensas a quem o capturasse.
Considerado uma figura brincalhona que se diverte com animais e pessoas,fazendo pequenas travessuras que criam dificuldades domésticas ou assustando viajantes noturnos com seus assovios-bastantes agudos e impossíveis de serem localizados.Assim faz tranças nos cabelos dos cavalos depois de deixá-los cansados com correias; atrapalha o trabalho das cozinheiras,fazendo-as queimar a comida,ou ainda,colocando sal nos recipientes de açúcar ou vice-versa; ou aos viajantes se perderem nas estradas.

Papel do Mito

A função desta "divindade" era o controle,sabedoria e manuseio de tudo que estava relacionado às plantas medicinais,como guardião das sabedorias e técnicas de preparo e uso do chá,beberagens e outros medicamentos feitos a partir das plantas.
Como suas qualidades eram farmacêuticas,também era atribuído a ele o domínio das matas onde guardava estas ervas sagradas e costumava confundir as pessoas que não pediam autorização para a coleta destas ervas.
Por seu aspecto medicinal podemos relacioná-lo ao Orixá Ossain ou Oxóssi ( ambos ligados à mata);embora seja mais popular seu aspecto travesso e brincalhão ( um dos atributos de Exu como o aspecto guardião)      

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

Simbolos e signos

  Os símbolos são o coração da identidade cultural,passando informações sobre todos os aspectos da vida. São retirados de todas as fontes -animadas e inanimadas- para inspiração e aparecem em todas as formas concebíveis,tais como figuras,metáforas,sons e gestos,como personificações em mitos e lendas ou representados através de rituais e costumes.
Desde o início dos tempos, o conceito do simbolismo apareceu em todas as culturas humanas,estruturas sociais e sistemas religiosos, contribuindo para a visão de mundo e proporcionando informações sobre o cosmos e nosso lugar nele. A grande força dos símbolos tem sido reconhecida há muito tempo. O antigo sábio chinês Confúcio afirmou que:"Os signos e símbolos governam o mundo,não as palavras e as leis".
 A palavra "símbolo" é derivada  do grego antigo symballaein, que significa agregar. Seu uso figurado originou-se no costume de quebras de bloco de argila para marcar um contrato ou um acordo: cada parte do acordo ficaria com um dos pedaços e, assim, quando juntassem os pedaços novamente,eles poderiam  se encaixar como um quebra-cabeças.
Os pedaços, cada um identificando uma das pessoas envolvidas, eram conhecidos como symbola.
Portanto, um símbolo não representa somente algo,mas sugere "algo" que está faltando,uma parte invisível que é necessária para alcançar a conclusão ou a totalidade. Consciente ou inconsciente, o símbolo carrega o sentido de unir as coisas para criar algo maior do que a soma das partes, como nuanças de significado que resultam em uma ideia complexa.
  Por outro lado, um signo pode ser entendido como algo que representa ou indica alguma coisa de modo mais literal. Um signo existe para transmitir informações sobre um objeto ou ideia específica,enquanto um símbolo geralmente ativa uma série de percepções, crenças e respostas emocionais. Por exemplo, como signo a palavra "árvore" significa um tipo particular de planta que se desenvolve uma estrutura  de madeira permanente com troncos e galhos, raízes e folhas. Como símbolo, a árvore pode ter muitos significados,pode representar fertilidade e generosidade da natureza,resistência e longevidade ou o entrelaçamento das relações familiares. Como símbolo cristão,pode se referir à cruz e,em  muitas tradições, representa a "árvore da Vida" que conecta o mundo cotidiano como mundo espiritual.
  Nem signos nem símbolos possuem significados intrínsecos. A mesma árvore pode ser descrita com muitas palavras diferentes em diversos idiomas,porém,os seus significados,como símbolos,são formados através da interação humana com ela.Tanto os signos quanto os símbolos tornam-se parte da identidade social e cultural do ser humano,modificando-se e evoluindo do mesmo modo que nós. São veículos para informação e significado,operando em muitos níveis diferentes - o universal e o particular, o intelectual e o emocional, o espacial e o temporal,o espiritual e o material.Servem para dar sentido à experiência. Se não pudéssemos classificar o mundo utilizando os códigos e as estruturas simbólicas,seríamos dominados por dados sensoriais. Precisamos de uma maneira para descrever o que acontece conosco a fim de entender o processo.
  Enquanto os signos e símbolos podem funcionar como mapas e indicadores no dia a dia, ou como consenso  e realidade, os símbolos  do mundo dos sonhos ou do mundo espiritual podem nos auxiliar a percorrer as áreas pisco-espirituais de realidade sem consenso. Entende-se que as figuras sobrenaturais e dos sonhos nos guiam ou compensam  alguma parte da nossa totalidade que ainda não está ativa. O significado de tais símbolos e signos depende fundamentalmente de nossa liberdade em ser suscetível a eles.
  A habilidade de dar significado aos signos e símbolos conduziu à possibilidade de comunicação e reflexão e possibilitou que os seres humanos repassassem suas histórias,mitologia e pontos de vista através de contos, da arte e da palavra escrita. Os signos e símbolos têm um papel importantíssimo na promoção do nosso entendimento científico e têm ajudado a desenvolver,cada vez mais, tecnologias complexas,avançando da invenção de ferramentas primitivas para computadores e naves espaciais. As tradições religiosas e espirituais utilizaram o simbolismo para auxiliar na jornada do entendimento e experiência do divino em direção à "vida correta". Na psicologia,asa abordagens desenvolvidas utilizam o simbolismo para trabalhar em direção ao alinhamento da mente,do corpo para a alma.  

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Jesus O Cristo: O Avatar da Era de Peixes

   Jesus de Nazaré ou Messi ah em hebraico recebeu o título Cristo que em grego significa O Ungido e em latim O Sacrificado.
  ichthus ou peixe em grego.
O antigo símbolo cristão é o peixe palavra formada por um acróstico, isto é; as letras iniciais das palavras gregas para Jesus Cristo O Filho de Deus e Salvador ( Iesus Cristus Theos Yios Sóter)  formando
Cristo se referia a seus apóstolos como "pescadores de homens", enquanto os primeiros sacerdotes cristãos foram chamados de pisculi (peixe) fiel. Interessante que o próprio Cristo se referia como um bom pastor e seus seguidores como "ovelhas" ou "rebanho" ( ovelha relaciona ao carneiro) com isso o fim da era de Áries.
Fica claro no Evangelho de João quando o Messias é mencionado como "O Cordeiro de Deus" que será "imolado" (sacrificado) para que o Homem Áries seja ressuscitado ( transformado)  em Homem Peixes. O batismos do sangue ( elemento líquido do corpo)  do "Cordeiro de Deus" que tirará os pecados da humanidade de Áries.
 O Batismo de Jesus por João Batista nas águas do rio Jordão,também têm o simbolismo de Peixes já que a Água é o elemento desse signo.Parece que o próprio Jesus anuncia de certo modo a próxima era, a era de Aquário. Através da vinda do Santo Espírito ( relacionado ao Ar e elemento de Aquário) que esclarecerá tudo aquilo que ele não pudera revelar, ou seja uma nova percepção da realidade e da própria espiritualidade. Livre de dogmas e preconceitos religiosos onde o pluralismo se une para formar todo.





A Era de Peixes :Eros e Tânatos, Apolo e Dionísio.

 Peixes é o ultimo signo do zodíaco, seu glifo é representado por dois peixes nadando em direções opostas, mostrando um aspecto contraditório de uma Era que está em seu término.
Quando Freud utilizou-se sobre o mito de Eros e Tânatos para duas forças instintivas atuantes nos seres humanos.
 Eros (deus grego da sexualidade) a força que dirige à vida, ao amor e à criatividade.Pode-se dizer que Cristo Jesus( o avatar da era de Peixes) representou esse Eros através de sua doutrina de perdão ao próximo e ajuda humanitária.
 Tânatos representa a morte, a agressão e a destruição. A Igreja Romana se transformou na força Tânatos quando distorceu os evangelhos e toda as escrituras da bíblia judaica.Reprimindo as antigas manifestações pagãs, transformando o deus pagão no demônio cristão. Quando criou o comércio de indulgências , a Santa Inquisição e as Cruzadas, matando milhares de muçulmanos e judeus. Além de converter os povos indígenas à força através da catequese jesuítica nas Américas e de financiar o tráfico negreiro com a alegação que os negros não tinham almas.

 As religiões ditas monoteístas foram as que desequilibraram essas duas forças tão importantes para a manutenção da existência. Elas foram o próprio Tânatos da humanidade, subtraindo os aspectos criativos do ser humano e colocando-os no patamar de pecados, origens de neuroses.

Nietzsche fala sobre duas forças atuantes e ao mesmo tempo opostas: apolínea e dionisíaca como condição primordial do ser humano.
            Apolo,deus grego das artes, como a razão, a luz ( considerado o deus do sol) e o próprio intelecto.Representa a vida.
      Dionísio, deus do vinho, como a emoção, as trevas e o próprio instinto.Representa também a morte.
   O conflito entre eles gera a criatividade e seu equilíbrio se dá pelo "fio de Ariadne". Na mitologia grega, Ariadne conduziu Teseu que matou o monstro Minotauro para fora do labirinto. Segundo os estudiosos o labirinto do Minotauro é a própria mente humana e o fio seria o equilíbrio entre o lado racional e emocional do Homem. Para os místicos esse fio está na "sede da alma" ou seja o coração.


   




quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O Culto a Mitra (Continuação dos Avatares de Áries)

 O deus persa do sol, Mitra alcançou a posição de ser cultuado com o exército romano, que divulgou a sua adoração por toda a sociedade e império romano.Como criador e controlador do cosmos, Mitra era retratado matando um touro, simbolizando a vitória do homem sobre sua natureza animal, da mesma forma que acontecia com o poder político de Roma sobre seus inimigos.
 Mitra era adorado em  templos subterrâneos onde acontecia o tauobolium (sacrifício ritual de um touro) e os iniciantes do culto eram batizados com seu sangue. Às vezes Mitra era retratado envolvido pelo círculo do zodíaco,possivelmente aludido ao fim da era de Touro e o início da era de Áries pertinente à época.