quarta-feira, 27 de abril de 2016

O Tempo

Metamorfoses de Ovídeo





 "Não há coisa alguma que persista em todo universo. Tudo flui, e tudo só apresenta uma imagem passageira. O próprio tempo passa com um movimento contínuo como um rio... O que foi antes já  não é, o que não tinha sido é, todo instante é uma coisa nova. Vês a noite, próxima do fim, caminhar para o dia, e à claridade do dia suceder a escuridão da noite... Não vês as estações do ano se sucederem, imitando as idades da nossa vida? 
 Com efeito, a primavera, quando surge, é semelhante à criança nova... A planta nova, pouco vigorosa rebenta em brotos e enche de esperança o agricultor. Tudo floresce. O fértil campo resplandece com o colorido das flores, mas ainda falta vigor às folhas. Entra, então, a quadra mais forte e vigorosa, o verão: é a robusta mocidade, fecunda e ardente. Chega por sua vez o outono: passou o fervor da mocidade, o meio-termo entre o jovem e o velho; as têmporas embranquecem. Vem depois o tristonho inverno: é o velho trôpego, cujos cabelos ou caíram como folhas das árvores, ou, os que restaram, estão brancos como a neve no caminho. Também nossos corpos mudam sempre e sem descanso.... E também a natureza não descansa e, renovadora outras formas nas forma das coisas.  Nada morre no vasto mundo, mas tudo assume aspectos novos e variados... Todos os seres têm sua origem noutros seres. Existe uma ave a que os fenícios dão o nome de fênix. Não se alimenta de grão ou erva, mas das lágrimas do incenso e do suco da amônia. Quando completa cinco séculos de vida, constrói um ninho no alto de uma grande palmeira, feito de folhas de canela, do aromático nardo e da mirra avermelhada. Ali se acomoda e termina a vida entre perfumes. De suas cinzas, renasce uma pequena fênix, que viverá outros cinco séculos... Assim também é a Natureza e tudo o que nela existe e persiste".



O Puro Devir e a percepção de cada um:

  O relato de Ovídeo lembra o pensamento de Heráclito de Efésio considerado o filósofo do puro Devir ou seja, tanto a vida e o tempo estão sempre em processo de mudanças e transformações. Não seremos os mesmos que somos hoje no amanhã, da mesma forma que não somos mais o que fomos no passado. Tudo sempre muda com o tempo,"tudo flui e nada permanece, tudo dá forma e nada permanece fixo". "Nada será com antes" diz a canção tão bem interpretada pela saudosa Elis Regina. Estas ideias tornam clara quando a noção de tempo é cicla e não linear.
 Os antigos gregos usavam duas palavras para designar o "tempo": Cronos se referia ao tempo sequencial, cronológico e linear aquele que pode ser medido. Kairos conhecido pelos pitagóricos de "oportunidade". É popularmente chamado de "tempo de Deus" e se relaciona ao momento indeterminado do tempo que alguma coisa muito especial acontece. 
"... E o tempo? Ele é minha percepção interna. Só posso conceber a existência de um 'eu' estando em relação a um passado e a um futuro. Só concebemos as coisas no tempo e em um antes, um agora e um depois". Para o filósofo Immanuel Kant o tempo estava relacionado à percepção interna de um objeto ou coisa, enquanto o espaço referia-se a percepção exterior de um objeto ou coisa.
 
"Transitoriedade é uma nova temporalidade da nossa vida cotidiana". 
Alvin Totter

"Na verdade, no presente, o indivíduo vive já o futuro, que está no presente  nas suas ações e comportamentos - isto é utopias".

"... Ao contrário do que diz Freud, não está no passado o único elemento entendido do comportamento humano, mas no presente vivido".
Ernest Bloch / Filósofo 

Oração ao Tempo:

 "És um senhor tão bonito
Quanto a cara do meu filho
Tempo tempo tempo
Vou te fazer um pedido
Tempo tempo tempo...
Compositor de destinos
Tambor de todos os ritmos 
Tempo tempo tempo
Entro em acordo contigo
Tempo tempo tempo...
Por seres tão inventivo 
E pareceres contínuo 
Tempo tempo tempo
És um dos deuses mais lindo
Tempo tempo tempo...
E quando eu tiver saído
Para fora do teu círculo
Tempo tempo tempo
Não serei nem terás sido
Tempo tempo tempo...
Ainda assim acredito
Ser possível  reunirmo-nos
Tempo tempo tempo
Num outro nível de vínculo 
Tempo tempo tempo...

 Letra de Caetano Veloso


sexta-feira, 25 de março de 2016

Lei de Causa e Efeito?

Nazismo X Antigo Testamento:

Uma comprovação da lei de Causa e efeito?



A Bíblia é um livro violento?

 De acordo com estudiosos, os livros sagrados das três religiões monoteítas ( Judaísmo, Cristianismo e Islamismo) ou seja; a Torah para os Judeus, o Antigo e o Novo Testamento para os cristãos e o Alcorão para os muçulmanos  apresentam um teor de violência que se interpretado ao pé da letra levam seus adeptos a práticas que os afastam das atitudes éticas e morais. 
  A resposta é "sim" segundo é o que afirma teólogos e estudiosos sobre o "Deus" do Antigo Testamento ( a Torah para os judeus) visto como vingativo e violento.

O Holocausto Bíblico?

 Sim! Segundo o pesquisador Ian Guthdge a Bíblia contém relatos que só podem ser descritos como "holocausto bíblico". Ou seja o que o Deus bíblico ou Javeh ordenou que seu povo mante-se distante das crenças e práticas dos povos vizinhos, dessa forma Javeh ordenou que as populações das cidades "proibidas" fossem abatidas pela espada ( incluem também mulheres e crianças).
  
  Muitas passagens bíblicas ilustram este fato: "E pelejaram contra os midianitas, como o Senhor ordenara a Moisés; e mataram todos os homens (...) Porém os filhos de Israel levaram presas as mulheres e as crianças midianitas ( como todos os bens destes) (...) E Moisés disse-lhes: Deixastes viver todas as mulheres? Eis que estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de transgredir contra o Senhor  no caso de Peor; por isso houve aquela praga entre a Congregação do Senhor. Agora, pois, matai todo homem entre as crianças, e matai toda a mulher que conheceu algum homem, deitando-se com ele. Porém, todas as meninas que não conheceram algum homem, deitando-se com ele, deixai-as viver para vós" ( pedofilia?!) ( Números 31:7-19)
 No Livro de Josué, na narração da queda de Jericó  "(...) Assim quando as muralhas de Jericó vieram abaixo os guerreiros judeus destruíram tudo o que havia na cidade ao fio da espada, homens, mulheres, velhos, crianças e animais ( Josué 6:21).

O holocausto feito pelos nazista como solução final, para muitos estudiosos do Nazismo Esotérico, seria um sacrifício oferecido ao Sol Negro ou a divindade teutônica pagã Wotan. 


Segregação e racismo:

 O autor Philip Jenkins, em Passagens Escuras, descreve que na Bíblia encontra as palavras "guerra" e "batalha" 300 vezes cada uma, sendo elas ligadas com casos de decapitações e estupros. 
  
  Jenkins descreve um caso de racismo e segregação desconhecido de muitos cristãos 
(propositalmente ???), trata-se do conto de Fineias. Parece que um certo hebreu casou-se com uma mulher estrangeira vinda de Midiã e através dessa união trouxe uma religião estrangeira para os Filhos de Israel que, segundo as escrituras, foi a causa de uma praga. Fineias assassina o casal impuro e Deus acaba com a praga abençoando Fineias e seus descendentes.

Campos de concentração Nazista


  Misticismo Nazista:



 Misticismo Nazi é um termo usado para descrever uma subcorrente do Nazismo Ocultista, caracterizando-se pela combinação do nazismo com o ocultismo, o esoterismo, a cripto-história e o paranormal. Alguns casos atribuem uma importância religiosa ao romantismo alemão a Adolf Hitler e à sua doutrina.
 O misticismo, nazi tem a sua origem nas ideias racistas de Arthur de Gobineau,Guido von List e Jörg Lanz von Liebenfels que tiveram um papel importante no início e vieram a fundar movimentos após a guerra. Oficiais Nazistas de alta patente como Heinrich HimmlerRudolf Hess e Walther Darré foram conhecidos pelo seu interesse no misticismo e no paranormal.
 O papel desempenhado pelo misticismo no desenvolvimento do Nazismo e dos seus ideais foi imediantamente identificado em 1940 por Lewis Spence na sua obra “As causas ocultas da presente guerra”. O esoterismo hitleriano centra-se nas mitologias pagãs, como a Hindu e a Samurai.
 Os Teutões de uma forma geral e os Povos Germânicos de uma forma particular serviram de base para a crença na Raça Ariana, e da sua superioridade sobre todas as outras. Foram sugeridas diferentes origens para o início desta raça superior, desde a Atlântida, Thule na Escandinávia, Hyperborea na Grécia e Shambhala no Tibete. Outro pensamento dominante era o de que esta raça superior tinha sido enfraquecida por se misturar com outras raças “inferiores”.
 Em 1912, um grupo de místicos alemães altamente anti-semitas formou a Germanenorden (Ordem dos Teutões). A Germanenorden era uma sociedade mística baseada na prova da origem ariana. O biógrafo Ian Kershaw não a classifica como uma sociedade mística, mas, sim, como uma sociedade popular/populista.
 Os membros fundadores da ordem incluíam Theodor FritschPhillip Stauff (aluno de Guido von List) e Hermann Pohl. Este último viria a formar a Ordem Teutônica do Santo Graal, em 1915. Muitos membros da Germanenorden viriam a ocupar posições elevadas no partido nazista.

Influência pagã no Nazismo:



  Alguns autores, escreveram sobre as fortes influências por crenças de cunho pagão sobre o nazismo. Dentre essas crenças pagãs, a fé nazista pregava que seriam eles a raça ariana descendente do povo de Atlântida, mencionada pelo filósofo grego Platão, e, no entendimento nazista, o povo judeu seria a causa de sua destruição. Também houve uma mistura de elementos do panteão da mitologia germânica, pregado por líderes e propagandistas nazistas, por intermédio dos órgãos de informação oficial, e num último momento, para se opor definitivamente a católicos e protestantes, há substituição do Deus monoteísta por deuses vikings.
 Em 1934, no livro "Nazismo: um assalto à civilização" é apresentado que no dia 30 de Julho de 1933 mais de cem mil nazistas tinham-se reunido em Eisenach para declarar querer tornar "a origem germânica a realidade divina", restaurandoOdinBaldurFreia, e os outros deuses teutônicos nos altares da Alemanha - Wotan deveria estar no lugar de Deus, Siegfried no lugar de Cristo[ . Nesses rituais, o Deus Pai e o seu Cristo eram substituídos por esse panteão pagão .
 Durante o ano de 1936, Joseph Goebbels, ministro da propaganda nazista, apresenta o Nazismo como se fosse uma religião a ser respeitada, defendendo uma nova fé alemã. Joseph Goebbels havia sido editor do Der Angriff (o Ataque), um jornal propagandista nazista. Antes de suicidar-se, na sua “carta”, Hitler o nomeia Chanceler da Alemanha, o que mostra o grau de confiança que depositava nesse Ministro, responsável pela propaganda oficial, e o primeiro que teria utilizado a expressão Heil Hitler.
 Movimento da Fé Germânica (Deutsche Glaubensbewegung, DGB) tinha como profeta Jakob Wilhelm Hauer (1881-1962), professor de Teologia em Tübingen, que pregava uma fé ariana para os alemães. No livro Deutsche Gottschau, Hauer defendia que a história da Alemanha era mais do que mera seqüência de factos, havendo na sua base uma Divindade que encarnava o espírito da raça ariana.[5]
 A Páscoa de 1936, foi preparada na Alemanha como se um grande festival pagão se tratasse. As livrarias encheram-se de literatura pagã, e a bandeira azul com o disco solar dourado do “Movimento da Fé Germânica” (DGB) chegou às mais recônditas zonas rurais. Uma grande manifestação foi organizada em Burg Hunxe, na Renânia .

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

ILLUMINATI


 Sobre os Illuminati existem muitas referências que os colocam como sujeitos obscuros que planejam dominar o mundo ou que estão entre os 1% mais ricos do planeta. Isso se deve a um incompleto entendimento da História e a deturbação do significado original da palavra (claro que nos últimos anos Hollywood contribuiu para isso).
 A palavra illuminati é de origem latina e significa "iluminado/da". O seu uso remota à Antiguidade  nos círculos místicos e esotéricos como os rosacruzes e os maçons. Significa um estado mental máximo de iluminação, ou seja, aqueles que, em seus estudos místicos adquiriram um domínio dos ensinamentos que lhes foram entregues, conferindo-lhes a honra de serem Illuminati - "os iluminados". A pessoa deveria dar provas não só do domínio intelectual dos ensinamentos da ordem mística que pertencia, mas também provas dos mais éticos valores.
  No século XVI, os verdadeiros Illuminati foram suprimidos na Espanha pela Inquisição Católica. Os Illuminati eram livres pensadores, eles buscavam o individualismo em suas opiniões o que os punha em conflito com as doutrinas ditatoriais da Igreja. A ação perpetuada pela Santa Inquisição e a propaganda feita sobre o caso fizeram os Illuminati vilões para os leigos. Os Illuminatis foram pessoas que pregavam liberdade de pensamento e isso batia de frente com as leis da Igreja Católica. Muitos dos considerados Illuminatis pertenciam ao núcleo da própria Igreja.
 No século XVIII, o conceito Illuminati ganhou outra conotação. Era o período do Iluminismo e a palavra foi usada para o despertar da razão científica e filosófica  - ou seja, o apelo à razão em oposição a fé cega. Nesse caso o conceito da palavra perde o teor místico e passa identificar homens e mulheres que se dedicavam ao pensamento racional e científico. Foi o período onde que surgiu filósofos como Descarte e Leibnitz.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

O Valor de uma joia

 Dê aos porcos não pérolas mas o ouro dos tolos:



 Mutos já devem ter visto esse cantores e cantoras de funk ostentar enormes colares, anéis de ouro como se fossem deuses sobre a terra. Ainda se vê algumas pessoas com pedaço de ouro entre os dentes, talvez achando que fique mais bonitas. Um mero engano.
 A questão é que o Belo neste caso não é o ordinário, aquilo que se vulgarizou com o uso. O ouro pode ser considerado não mais um metal valioso, uma vez que seu uso caiu na banalização. Para um artista, a Arte não é algo a ser vulgarizado e talvez muitos artistas relutam em comercializar sua arte.

Platina : O metal dos sábios:

  Por sua vez a platina é um metal entre os mais valiosos devido sua raridade. É mais dúctil  que o ouro, embora menos maleável ( em metalurgia, a ductilidade é a propriedade que alguns metais apresentam quantos sofrem a interferência de uma força, podendo estirar-se em fios). Uma joia de platina é bem mais cara do que uma de ouro. Como analogia a arte deverá ser como a platina.
  Uma pessoa que busca evoluir na vertical (tanto material como mental) deve transformar seu chumbo não em ouro mas em platina. Aqueles que apenas ascendem na horizontalidade (material) buscam a bijuteria que reluz em ouro. "Todo o meu ouro/Dou meu amor como garantia/ Para encontrar o tesouro e não bijuteria". 

Tesouro submerso: A Turmalina Paraíba




  Uma das pedras mais caras e raras do mundo pode ser encontrada bem aqui no nosso país, no Estado da Paraíba. A Turmalina Paraíba foi descoberta no final dos anos 80 por Heitor Barbosa, sendo uma pedra de um profundo azul neon logo o mundo se rendeu a pedra. Embora haja Turmalina Azul em países como a Nigéria e Moçambique, o nome brasileiro permaneceu por sido descoberta primeiramente no solo brasileiro. 
  Extrair esse minério é difícil pois se encontra até sessenta metros de profundidade, sendo que todo o procedimento é feito manualmente e um dos motivos de sua raridade. O valor da Arte pode também ser comparada a extração desse minério tão raro mas de um azul neon tão intenso. O sábio busca a turmalina azul neon rara em sua profundo solo. Assim como o local de extração da pedra ser num município de clima semiárido com uma população muito pobre, o sábio sabe que por baixo de um solo seco e árido esconde um tesouro escondido a mais de cem metros de profundidade que matem uma beleza intensa nunca vista. 

sábado, 26 de dezembro de 2015

Estágios Mentais



   "A purificação libertadora do homem processou-se geralmente por três estágios evolutivos: da escravidão inconsciente através da escravidão consciente, até a libertação consciente.
   A Natureza infra-humana se acha em estado de escravidão inconsciente. A lei férrea da causalidade mecânica reduz todos os seres infra-humanos a peças de máquina, autômatos  incondicionais; em todos os setores da natureza: mineral,vegetal,animal impera o absoluto alo-determinismo.
  Com o despontar da inteligência, isto é, com advento do homem, a escravidão inconsciente passou para uma escravidão consciente - e com isso se iniciou a tragédia metafísica do homem-ego. Quem não sabe que é escravo não sofre com sua escravidão; quem nasceu na prisão e nunca saiu dela, quem sequer olhou pela janela gradeada, nunca viu o azul do céu lá fora, esse é escravo inconsciente, vive na feliz infelicidade duma servidão ignorada. O homem-ego,porém, já descobriu o seu cárcere, já olhou pelas grades férreas da prisão, já conhece suas potencialidades libertadoras, mas não tem ainda força necessária para romper as grades da prisão e apodera-se da liberdade longínqua.
  No terceiro estágio de sua evolução, o homem-Eu vive sua liberdade; ultrapassa não só a infeliz felicidade da natureza inconsciente, mas também a feliz infelicidade do homem-ego consciente e entra na zona da feliz felicidade do homem-Eu pleniconsciente de sua liberdade".

Trecho de extraído de Filosofia d Arte de Huberto Rohden

             Entre a Escravidão Inconsciente e a Escravidão Consciente

  

"Meu amor, somos livres apenas para escolher a prisão onde vamos ficar". 
Elke Maravilha 

   Sim ainda somos escravos pois uma Liberdade Plena só poderá ser conquistada quando o homem atingir o grau que muitos avatares chegaram. Como disse Jesus O Cristo: "Eu e o Pai somos Um"/ "Eu sou A Verdade, O Caminho e A Vida"; ou seja unir a centelha individual com a Fonte Universal.
  Mas podemos ser conscientes delas como afirmou Elke escolher (criar) qual prisão/bolha de realidade/Matrix vamos viver. A grande maioria das pessoas vivem condicionadas pelos valores impostos vindos da religião, do meio social e da mídia.   
    Digamos que a atual sociedade (Ocidental) está, segundo os conceitos alquímicos,entre Nigredo/negro (Escravidão Inconsciente) e Albeto/Branco ( Escravidão Consciente). O terceiro estágio será de Rubedo/Vermelho (Liberdade Consciente) ou o Fogo do Espírito Santo para os cristãos.

domingo, 12 de julho de 2015

Ordem No Caos




    A palavra Caos vem do termo grego Chaos que se refere a Escuridão Inicial ou Universo sem forma. Na filosofia pitagórica, Caos é a "matéria não organizada" anterior à criação do Universo, considerada a matéria-prima ou a desordem primordial. Outra palavra de origem grega, APERION Ou Vazio também significa Caos e refere-se ao Incircunscrito e Ilimitado, Incriado, Imperfeito e Imanifestado. Há nesse "estágio" (se é que pode ser considerado como tal) o "vir a ser" ou "potencial" é equivalente às "águas primordiais" ou à "face do Abismo"do Livro do Gênesis.
   O Cosmos é então o produto do Caos/Aperion. É também denominado como PERAS ou seja: Delimitado,Circunscrito,o Universo Criado, Perfeito e Manifestado. Os antigos gregos contaram que a criação do universo se deu a partir do do Vazio ou Escuridão Inicial. Foi nessa Escuridão surgiu Eros, uma deidade da fertilidade que depois foi associada ao Amor Erótico, mas inicialmente representa o ímpeto criativo por trás da vida e da natureza. Com Eros veio Gaia, a deusa da terra, e Tartaros o deus do submundo. Gaia teve Urano e com ele teve filhos, os seres denominados Titães que deram origem aos seres humanos e o Ciclope que originou as montanhas,mares etc.

Egito Antigo e o Equilíbrio entre Ordem e Caos:


  
  Os mitos da criação de um universo que surge do corpo caótico da água está presente também na cosmologia egípcia. Ela tem o rio Nilo seu fator principal. Nas terras onde ele inundava, garantia colheitas abundantes. A região onde existia fertilidade era denominada Kemet ou Ordem (também denominada Terra Preta). A região onde o solo era infértil devido ao calor feroz do sol era conhecido como Deshret ou Terra Vermelha. Assim a associação entre aridez e Caos foi feita, pois Set,o deus do Caos,era também o deus da infelicidade e da desordem. É bem provável que Kamet estivesse ligado a Hórus que simbolizava a Ordem. A harmonia, então, alcançada quando as forças opostas Hórus e Set se mantinham em equilíbrio. Para isso, Maat entrava em cena, já que era a deusa da justiça divina e do próprio equilíbrio.

A Dualidade Entre Caos e Ordem:

    

    Se no Antigo Egito, tanto Caos como a Ordem tinham de estar em pé de igualdade sem nenhuma delas ganhar o controle sobre às custas da outra. Séculos mais tarde, o filósofo alemão  Friedrich Nietzsche afirmou o mesmo, porém usou dois deuses gregos e irmãos de personalidades opostas: Apolo como a ordem e a razão, e Dionísio como a desordem e a emoção. Para os pitagóricos, Cosmos e Caos são excludentes e não coexistindo no mesmo espaço.  Pitágoras criou uma espécie de "Tábua de Opostos" na qual se apresentam os principais pares de opostos dos quais se originam diferentes níveis de realidade:

  • Finito/Infinito;
  • Par/Ímpar;
  • Unidade/Diversidade;
  • Direita/Esquerda;
  • Repouso/Movimento;
  • Reta/Curva;
  • Luz/Trevas;
  • Bem/Mal;
  • Quadrado/Losango


Luz e Trevas se misturam?


   O conceito de "Ordem no Caos" foi um ideal pitagórico e também da Maçonaria Moderna.
"O Grande Arquiteto cria a Luz e expande-a ininterruptamente, daí concluindo-se que o mundo
não foi criado, nem sem sete dias, nem sem sete períodos...ele está sendo continuamente criado". 
Hipoteticamente, em algum momento, Luz e Trevas estavam juntas,Caos(Desordem) e Ordem estavam juntos embora uma/um não provém da/do outra/outro. Uma vez que o Cosmo é produto do Caos, nosso universo veio da Escuridão Inicial. O Cosmos é o quê? Luz? Ele não Luz ou Trevas mas um composto dos dois. A dualidade (1+1=2) o par de opostos é aquilo que dá foram ao universo e tudo que conhecemos.
  A Luz/Eros é o fator multiplicador das formas e dos seres gerando energia e calor para vida surgir. 
"A Unidade pode ser considerada a matéria primordial do Cosmos que, por diferenciação ou evolução, gera a diversidade".(Carlos Brasílio Conte/2015). Séculos antes, Platão afirmara: a Unidade gera a Pluralidade, e Aristóteles afirmou: a Pluralidade procede da Unidade. Ambas afirmativas são baseadas nos conceitos de Pitágoras e significam a mesmíssima coisa numa ótica diferente.

Metafísica Fractal:


  Dione Fortune, sob influência cabalista, diz que o equilíbrio entre opostos ou a dualidade não é eternamente linear e estática. É necessário atrito, bifurcação ou um ponto de decisão no qual surge uma nova estrutura que refaz a volta por outro caminho. Isso porque a realidade que conhecemos não é linear mas em curvas como um arco e a volta é feita por uma curva diferente da inicial. Resultando um novo equilíbrio até que outro ponto de desordem é ocasionado. A bifurcação ou ponto de decisão é conhecido como Terceira Esfera ou Binah. Talvez não só Binah mas as outras esferas da Cabala em relação à Árvore da Vida tem haver com os pontos de bifurcações ou ramificações que geram novos estados. Paulo de Tarso em sua Carta aos Coríntios diz : No presente, nós vemos como num espelho e de maneira confusa; então, veremos face a face. No presente, conheço de maneira imperfeita; então, conhecerei como sou conhecido. Um quebra- cabeças que desmontado cada peça tem forma desigual mas que unidas cada uma a parte que é do encache apresenta-se um todo harmônico.


 

sábado, 11 de julho de 2015

Fractualidade



       Aprendemos que agimos e atuamos somente numa única dimensão inteira e que há somente dimensões inteiras e que tudo é linear. O nosso conhecimento acerca das coisas é parcial, mesmo o mais graduado cientista ou o mais erudito dos filósofos não tem o conhecimento total daquilo que é alvo de sua investigação.
      Uma vez, assistindo ao programa do médium Luis Gasparetto sobre um determinado tema, algo me intrigou. Ele disse que a alma fica numa dimensão onde precisa ser "resgatada" pelo paciente e que essa dimensão é real. Tanto que uma de suas frases é : as inúmeras dimensões da alma. Até o momento,considerei que alma só separa do corpo após a morte mesmo nas tais viagens astrais. A ideia de uma alma numa dimensão diferente do corpo num estado"acordado era algo meio que estranho ou louco.
    Para o PhD, José Inácio C. Vasconcellos, a questão das dimensões quebradas é uma realidade que a fractualidade comprova e que o conhecimento humano é limitado e que sempre o ser humano aprende algo a respeito dele e das coisas. A palavra fractual vem do latim fractus,fração,quebrado. São figuras geométricas não-Euclidianas encontradas na natureza ou criadas no computador.
   Segundo o site da Wikipédia,"a Geometria Fractual é um ramo da Matemática que estuda as propriedades e comportamento dos fractais. Descreve muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela Geometria Clássica e foram aplicadas em Ciência,Tecnologia e Arte Digital. Ela tenta medir o tamanho de objetos para os quais as definições tradicionais baseadas na Geometria Euclidiana falham".
  "Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original". Conforme o site, a noção de fractual surgiu durante as décadas de 60 e 70 do século XX através de trabalhos feitos em computadores e pelo pioneirismo de Benoit Mandelbrot um matemático francês.

Pitágoras e os Números Irracionais:



    Bem antes de Mandelbrot utilizar computador para estudar melhor um fractal, um grande sábio grego e também matemático que viveu por volta de 580 a 500 a.C já havia despertado para a existência dos fractais, seu nome PITÁGORAS.
   Para Pitágoras, os números ditos irracionais eram também transcendentais (Pitágoras foi um místico e mago embora a História Oficial negue). "Eram portais que se abrem para os Planos Superiores". 
("Pitágoras - Ciência e Magia na Antiga Grécia" / Conte,Carlos Brasílio/ Ed. Madras). O autor cita como exemplo o n° PI que é a relação entre entre a circunferência e o diâmetro e cujo valor é:
3,145925389...ad infinitum. Nessa sequência numérica "cada novo número que surge é imprevisível, transcendendo até mesmo o conceito de infinito".( Carlos Brasílio Conte-2015)
Outro número irracional:1,628034... conhecido como número áureo é considerado "o mais irracional e transcendental de todos os números conhecidos".

A Divina Proporção





  De acordo com o mesmo autor, Pitágoras só tomou conhecimento de uma forma fractal quando passeava pelas areias desérticas da Ilha de Salmo, onde residia e deparou-se com uma concha marinha. Admirado pelas belas formas geométricas, resolveu estudá-la. Efetuou vários cálculos e medições, foi que percebeu que a concha fora "projetada" para crescer indefinidamente sem que sua forma sofresse alteração, e que isso era resultado de um padrão matemático e uma lei biológica que regula tudo que é vivo.
  Só que Pitágoras era convicto que tudo na natureza tem regência do padrão quartenário,isto é, os quatro elementos, as quatro fases da lua, as quatro estações e claro que o quadrado e seus ângulos retos. E a concha possuía linhas curvas e espirais.
  Aí veio "o pulo do gato"! Pitágoras achou um jeito de construir as espirais da concha a partir de figuras quadradas e ângulos retos colocando em uma determinada ordem progressiva. Obteve uma sequência numérica até chegar ao número 1,618... o número áureo.
  " O Número Áureo regula todas as espirais da natureza, o desenho das folhas e das flores, o crescimento populacional, progressão das ramificações de arbustos e árvores, as conchas marítimas e muito mais". Segundo Carlos Conte, o número áureo está presente nas construções de Templos da Antiguidade, na Renascença com Michelângelo Buonarroti,Leonardo Da Vinci e Rafael que "apresentam os cânone da Secção Áurea e de seus desdobramentos na espiral logarítmica".
  De acordo com o autor, a secção áurea é usada tanto nas artes plásticas como na arquitetura. Ela está presente nas formas da natureza: o crescimento do arbusto de uma árvore e seus galhos bifurcados, conchas e caracóis. Nas pétalas de flores e no corpo humano e até na galáxia. 





    



Conclusão:

   A fractualidade está em tudo desde o Macrocosmo ( galáxias) até o microcosmo ( formas naturais, animais etc) e está presente no Homem. Como dizem  os espiritualistas não somos só esse corpo tridimensional, temos outros corpos invisíveis e sutis mas não deixam de ser "dimensões" que interagem como as espirais da concha do mar. 
  Um exemplo é o pensamento. Quantas vezes "estamos" num local mas nossa "cabeça" tá bem longe. Gasparetto estava certo quando se referiu as dimensões da alma e pela frase: você está onde você se põe, podemos estar "fisicamente" num local mas nossos pensamentos e nossas emoções num outro local ou num outro tempo. "O espírito vai onde ele assopra" e para sermos o tão sonhado "ser humano integral" precisamos nos colocar onde queremos.