sábado, 25 de abril de 2015

Templo

   

    Desde a Antiguidade, os homens consagraram lugares à comunhão com a Divindade. Esses lugares eram para eles santuários nos quais Sua presença podia manifestar. Em Roma, tais locais eram reservados à interpretação dos sinais divinos próprios para guiar os homens denominados "augures" ; que usavam um bastão que terminava numa cruz para delimitar no céu o espaço que servisse para suas observações. Erma sobre tudo observado o voo dos pássaros dessa zona denominada "templum" que eles interpretavam as respostas divinas. Desde essa época, o vocábulo "templum" ou "templo" tem sido usado para designar todo o espaço ou edifício consagrado à comunhão com a Divindade , e mais genericamente, todo lugar de contemplação. Na Roma Antiga todo espaço consagrado era também denominado "fanum" que significa, literalmente, "lugar consagrado". Foi desse vocábulo "fanum" que proveio o termo "profano" que designa aquilo que se encontra no exterior de um templo. Por extensão, esse termo foi em seguida aplicado à pessoa que não era iniciada nos Mistérios do Templo.
   Na Antiguidade, os templos eram considerados réplicas terrestres do mundo divino e correspondiam  as mais das vezes a uma inspiração divina . Por exemplo, o templo de Jerusalém foi estabelecido segundo uma visão divina revelada a Davi, os cambojanos atribuem a construção do templo de Angokor-Vat a Indra e a Vishavakarman. Reflexos dos arquétipos celestes e sínteses do macrocosmo, os templos representavam também as portas de acesso à Luz Divina. Ademais, sua orientação em relação aos pontos cardeais sempre foi determinante, pois traduz uma relação entre a ordem cósmica e a ordem terrestre, entre mundo divino e o mundo humano. Segundo um antigo costume, a entrada de um templo está geralmente situada  a Oeste ou Ocidente, de frente para O Leste  ou Oriente de onde irradia a Luz.