domingo, 12 de julho de 2015

Ordem No Caos




    A palavra Caos vem do termo grego Chaos que se refere a Escuridão Inicial ou Universo sem forma. Na filosofia pitagórica, Caos é a "matéria não organizada" anterior à criação do Universo, considerada a matéria-prima ou a desordem primordial. Outra palavra de origem grega, APERION Ou Vazio também significa Caos e refere-se ao Incircunscrito e Ilimitado, Incriado, Imperfeito e Imanifestado. Há nesse "estágio" (se é que pode ser considerado como tal) o "vir a ser" ou "potencial" é equivalente às "águas primordiais" ou à "face do Abismo"do Livro do Gênesis.
   O Cosmos é então o produto do Caos/Aperion. É também denominado como PERAS ou seja: Delimitado,Circunscrito,o Universo Criado, Perfeito e Manifestado. Os antigos gregos contaram que a criação do universo se deu a partir do do Vazio ou Escuridão Inicial. Foi nessa Escuridão surgiu Eros, uma deidade da fertilidade que depois foi associada ao Amor Erótico, mas inicialmente representa o ímpeto criativo por trás da vida e da natureza. Com Eros veio Gaia, a deusa da terra, e Tartaros o deus do submundo. Gaia teve Urano e com ele teve filhos, os seres denominados Titães que deram origem aos seres humanos e o Ciclope que originou as montanhas,mares etc.

Egito Antigo e o Equilíbrio entre Ordem e Caos:


  
  Os mitos da criação de um universo que surge do corpo caótico da água está presente também na cosmologia egípcia. Ela tem o rio Nilo seu fator principal. Nas terras onde ele inundava, garantia colheitas abundantes. A região onde existia fertilidade era denominada Kemet ou Ordem (também denominada Terra Preta). A região onde o solo era infértil devido ao calor feroz do sol era conhecido como Deshret ou Terra Vermelha. Assim a associação entre aridez e Caos foi feita, pois Set,o deus do Caos,era também o deus da infelicidade e da desordem. É bem provável que Kamet estivesse ligado a Hórus que simbolizava a Ordem. A harmonia, então, alcançada quando as forças opostas Hórus e Set se mantinham em equilíbrio. Para isso, Maat entrava em cena, já que era a deusa da justiça divina e do próprio equilíbrio.

A Dualidade Entre Caos e Ordem:

    

    Se no Antigo Egito, tanto Caos como a Ordem tinham de estar em pé de igualdade sem nenhuma delas ganhar o controle sobre às custas da outra. Séculos mais tarde, o filósofo alemão  Friedrich Nietzsche afirmou o mesmo, porém usou dois deuses gregos e irmãos de personalidades opostas: Apolo como a ordem e a razão, e Dionísio como a desordem e a emoção. Para os pitagóricos, Cosmos e Caos são excludentes e não coexistindo no mesmo espaço.  Pitágoras criou uma espécie de "Tábua de Opostos" na qual se apresentam os principais pares de opostos dos quais se originam diferentes níveis de realidade:

  • Finito/Infinito;
  • Par/Ímpar;
  • Unidade/Diversidade;
  • Direita/Esquerda;
  • Repouso/Movimento;
  • Reta/Curva;
  • Luz/Trevas;
  • Bem/Mal;
  • Quadrado/Losango


Luz e Trevas se misturam?


   O conceito de "Ordem no Caos" foi um ideal pitagórico e também da Maçonaria Moderna.
"O Grande Arquiteto cria a Luz e expande-a ininterruptamente, daí concluindo-se que o mundo
não foi criado, nem sem sete dias, nem sem sete períodos...ele está sendo continuamente criado". 
Hipoteticamente, em algum momento, Luz e Trevas estavam juntas,Caos(Desordem) e Ordem estavam juntos embora uma/um não provém da/do outra/outro. Uma vez que o Cosmo é produto do Caos, nosso universo veio da Escuridão Inicial. O Cosmos é o quê? Luz? Ele não Luz ou Trevas mas um composto dos dois. A dualidade (1+1=2) o par de opostos é aquilo que dá foram ao universo e tudo que conhecemos.
  A Luz/Eros é o fator multiplicador das formas e dos seres gerando energia e calor para vida surgir. 
"A Unidade pode ser considerada a matéria primordial do Cosmos que, por diferenciação ou evolução, gera a diversidade".(Carlos Brasílio Conte/2015). Séculos antes, Platão afirmara: a Unidade gera a Pluralidade, e Aristóteles afirmou: a Pluralidade procede da Unidade. Ambas afirmativas são baseadas nos conceitos de Pitágoras e significam a mesmíssima coisa numa ótica diferente.

Metafísica Fractal:


  Dione Fortune, sob influência cabalista, diz que o equilíbrio entre opostos ou a dualidade não é eternamente linear e estática. É necessário atrito, bifurcação ou um ponto de decisão no qual surge uma nova estrutura que refaz a volta por outro caminho. Isso porque a realidade que conhecemos não é linear mas em curvas como um arco e a volta é feita por uma curva diferente da inicial. Resultando um novo equilíbrio até que outro ponto de desordem é ocasionado. A bifurcação ou ponto de decisão é conhecido como Terceira Esfera ou Binah. Talvez não só Binah mas as outras esferas da Cabala em relação à Árvore da Vida tem haver com os pontos de bifurcações ou ramificações que geram novos estados. Paulo de Tarso em sua Carta aos Coríntios diz : No presente, nós vemos como num espelho e de maneira confusa; então, veremos face a face. No presente, conheço de maneira imperfeita; então, conhecerei como sou conhecido. Um quebra- cabeças que desmontado cada peça tem forma desigual mas que unidas cada uma a parte que é do encache apresenta-se um todo harmônico.


 

sábado, 11 de julho de 2015

Fractualidade



       Aprendemos que agimos e atuamos somente numa única dimensão inteira e que há somente dimensões inteiras e que tudo é linear. O nosso conhecimento acerca das coisas é parcial, mesmo o mais graduado cientista ou o mais erudito dos filósofos não tem o conhecimento total daquilo que é alvo de sua investigação.
      Uma vez, assistindo ao programa do médium Luis Gasparetto sobre um determinado tema, algo me intrigou. Ele disse que a alma fica numa dimensão onde precisa ser "resgatada" pelo paciente e que essa dimensão é real. Tanto que uma de suas frases é : as inúmeras dimensões da alma. Até o momento,considerei que alma só separa do corpo após a morte mesmo nas tais viagens astrais. A ideia de uma alma numa dimensão diferente do corpo num estado"acordado era algo meio que estranho ou louco.
    Para o PhD, José Inácio C. Vasconcellos, a questão das dimensões quebradas é uma realidade que a fractualidade comprova e que o conhecimento humano é limitado e que sempre o ser humano aprende algo a respeito dele e das coisas. A palavra fractual vem do latim fractus,fração,quebrado. São figuras geométricas não-Euclidianas encontradas na natureza ou criadas no computador.
   Segundo o site da Wikipédia,"a Geometria Fractual é um ramo da Matemática que estuda as propriedades e comportamento dos fractais. Descreve muitas situações que não podem ser explicadas facilmente pela Geometria Clássica e foram aplicadas em Ciência,Tecnologia e Arte Digital. Ela tenta medir o tamanho de objetos para os quais as definições tradicionais baseadas na Geometria Euclidiana falham".
  "Um fractal é um objeto geométrico que pode ser dividido em partes, cada uma das quais semelhante ao objeto original". Conforme o site, a noção de fractual surgiu durante as décadas de 60 e 70 do século XX através de trabalhos feitos em computadores e pelo pioneirismo de Benoit Mandelbrot um matemático francês.

Pitágoras e os Números Irracionais:



    Bem antes de Mandelbrot utilizar computador para estudar melhor um fractal, um grande sábio grego e também matemático que viveu por volta de 580 a 500 a.C já havia despertado para a existência dos fractais, seu nome PITÁGORAS.
   Para Pitágoras, os números ditos irracionais eram também transcendentais (Pitágoras foi um místico e mago embora a História Oficial negue). "Eram portais que se abrem para os Planos Superiores". 
("Pitágoras - Ciência e Magia na Antiga Grécia" / Conte,Carlos Brasílio/ Ed. Madras). O autor cita como exemplo o n° PI que é a relação entre entre a circunferência e o diâmetro e cujo valor é:
3,145925389...ad infinitum. Nessa sequência numérica "cada novo número que surge é imprevisível, transcendendo até mesmo o conceito de infinito".( Carlos Brasílio Conte-2015)
Outro número irracional:1,628034... conhecido como número áureo é considerado "o mais irracional e transcendental de todos os números conhecidos".

A Divina Proporção





  De acordo com o mesmo autor, Pitágoras só tomou conhecimento de uma forma fractal quando passeava pelas areias desérticas da Ilha de Salmo, onde residia e deparou-se com uma concha marinha. Admirado pelas belas formas geométricas, resolveu estudá-la. Efetuou vários cálculos e medições, foi que percebeu que a concha fora "projetada" para crescer indefinidamente sem que sua forma sofresse alteração, e que isso era resultado de um padrão matemático e uma lei biológica que regula tudo que é vivo.
  Só que Pitágoras era convicto que tudo na natureza tem regência do padrão quartenário,isto é, os quatro elementos, as quatro fases da lua, as quatro estações e claro que o quadrado e seus ângulos retos. E a concha possuía linhas curvas e espirais.
  Aí veio "o pulo do gato"! Pitágoras achou um jeito de construir as espirais da concha a partir de figuras quadradas e ângulos retos colocando em uma determinada ordem progressiva. Obteve uma sequência numérica até chegar ao número 1,618... o número áureo.
  " O Número Áureo regula todas as espirais da natureza, o desenho das folhas e das flores, o crescimento populacional, progressão das ramificações de arbustos e árvores, as conchas marítimas e muito mais". Segundo Carlos Conte, o número áureo está presente nas construções de Templos da Antiguidade, na Renascença com Michelângelo Buonarroti,Leonardo Da Vinci e Rafael que "apresentam os cânone da Secção Áurea e de seus desdobramentos na espiral logarítmica".
  De acordo com o autor, a secção áurea é usada tanto nas artes plásticas como na arquitetura. Ela está presente nas formas da natureza: o crescimento do arbusto de uma árvore e seus galhos bifurcados, conchas e caracóis. Nas pétalas de flores e no corpo humano e até na galáxia. 





    



Conclusão:

   A fractualidade está em tudo desde o Macrocosmo ( galáxias) até o microcosmo ( formas naturais, animais etc) e está presente no Homem. Como dizem  os espiritualistas não somos só esse corpo tridimensional, temos outros corpos invisíveis e sutis mas não deixam de ser "dimensões" que interagem como as espirais da concha do mar. 
  Um exemplo é o pensamento. Quantas vezes "estamos" num local mas nossa "cabeça" tá bem longe. Gasparetto estava certo quando se referiu as dimensões da alma e pela frase: você está onde você se põe, podemos estar "fisicamente" num local mas nossos pensamentos e nossas emoções num outro local ou num outro tempo. "O espírito vai onde ele assopra" e para sermos o tão sonhado "ser humano integral" precisamos nos colocar onde queremos.